Normalmente, utilizamos uma anestesia geral combinada. A utilização de analgésicos faz com que o pós-operatório seja mais confortável. Permite uma movimentação precoce do paciente, com todos seus benefícios. Durante o período operatório, o paciente estará sempre anestesiado e ligado a aparelhos de alta tecnologia, além de sofisticados, que medem e controlam, com precisão, o batimento cardíaco, a pressão arterial, o eletrocardiograma contínuo e a oxigenação do sangue, permitindo que o procedimento se realize com total e inequívoca segurança.
Nas primeiras vinte e quatro horas a própria anestesia minimiza a dor. Atualmente, dispomos de analgésicos muito potentes como os narcóticos e derivados da morfina, além dos habituais, que podem ser usados de acordo com a necessidade de cada paciente. Devemos lembrar, entretanto, que a dor, como qualquer outro sentimento, é muito individual. De modo geral, ela é muito bem tolerada pela maioria dos nossos pacientes. Temos utilizado o protocolo internacional (ERAS) que minimiza a dor e acelera a recuperação pós-operatória.
Nas cirurgias convencionais (abertas), a incisão mais utilizada é a mediana (longitudinal) supra-umbilical (acima do umbigo) com 12 a 15 cm de extensão, estando em franco desuso.
Nas cirurgias laparoscópicas, utilizamos cinco pequenas incisões de 5 a 12 mm de Como não existem cortes maiores na parede abdominal a dor pós-operatória é extensão. Com excelente resultado estético, as cicatrizes são praticamente imperceptíveis. muito menor, a respiração fica mais fácil e a movimentação precoce do paciente torna-se possível. Isto diminui o tempo de internação hospitalar, o risco de complicações respiratórias e da parede abdominal, e permite um retorno mais rápido do paciente às suas atividades habituais como trabalho, escola, vida sexual, dirigir veículos automotores e exercícios físicos. A via laparoscópica é hoje a via de acesso mais indicada, desde que não haja contraindicações para sua utilização.
No mesmo dia da cirurgia, o paciente já deve ensaiar os primeiros passos e os exercícios respiratórios. Estimulamos a movimentação precoce e a fisioterapia respiratória para prevenir as complicações respiratórias e tromboembólicas. A primeira alimentação será no 1º dia com uso exclusivo de líquido, em pouco volume (1/2 xícara de café) a cada cinco minutos. O objetivo dessa medida é não distender o novo estômago demasiadamente. A alta estará programada para o 2º dia de pós-operatório, dependendo, é claro, da evolução particular de cada pessoa.
Nas primeiras duas semanas, a alimentação baseia-se apenas em caldos (legumes, carne magra, frango sem pele e peixe). Os caldos podem ser temperados com sal, tomate, salsinha, alho e cebola. Cozinhe os ingredientes e passe-os na peneira. Use o liquidificador se desejar. Ingira somente o caldo. Não utilize cereais (feijão, lentilha, ervilha, etc). Lembre-se de que a dieta é líquida. O paciente pode tomar água sem gás, sucos naturais coados, água de coco, chá com adoçante e Gatorade. Gelatinas dietéticas também são permitidas.
Devem ser ingeridos, pelo menos, dois litros de líquidos por dia para evitar a desidratação, fracionados em 20ml a cada quinze minutos durante todo o dia. Isto fará com que os rins funcionem bem, deixando a urina clara. Qualquer tipo de alimento calórico (pudim, sorvete, milk-shake, leite condensado, etc.) e bebidas gasosas estão proibidos. No primeiro mês, não poderão ser ingeridos alimentos sólidos. A alimentação evoluirá progressivamente para alimentos pastosos e depois para sólidos. É importante que o paciente não tenha pressa e siga as orientações da nutricionista. Nossas nutricionistas devem ser consultadas em caso de dúvida.
A cirurgia da obesidade costuma causar grande expectativa e ansiedade nos pacientes, por ser considerada, por muitos, como o último recurso após um longo período de sacrifícios, decorrentes das dietas, exercícios e medicamentos que não apresentaram resultados concretos. O papel do psicólogo é fundamental na evolução de qualquer paciente. Ele avaliará o grau de compreensão e participação do paciente em seu tratamento. O paciente será estimulado a falar sobre si mesmo, compreender suas motivações e poder discutir, da forma mais consciente possível, tudo a respeito desse grande passo no tratamento de sua doença.
Esse profissional poderá ainda detectar a presença de transtornos psicológicos que podem postergar ou mesmo contra-indicar a cirurgia. Nos primeiros meses que se seguem à cirurgia, o paciente irá encarar o desafio de modificar profundamente seus hábitos alimentares, assim como o de reconhecer, a cada dia, as mudanças em seu corpo. Em alguns casos podem existir conflitos de percepção da sua nova imagem.
Ele é responsável pela avaliação das condições clínicas e cardiológicas do paciente no pré-operatório. Nesta fase, as doenças associadas são controladas e as doses de medicamentos usados são ajustadas para minimizar o risco do procedimento. Esse profissional também emite a Avaliação do Risco Cirúrgico. Em pacientes mais graves, seu acompanhamento no pós-operatório imediato também é necessário. Com o emagrecimento, muitas co-morbidades (hipertensão, diabetes) melhoram ou ficam curadas, assim sendo o clínico ou cardiologista controlam a progressiva redução das doses ou a suspensão dos medicamentos usados para controle destas doenças.
A assistência fisioterápica é de fundamental importância no pré-operatório, no pós-operatório imediato e no pós-operatório tardio. Nas duas primeiras fases o trabalho gira em torno da prevenção de fenômenos tromboembólicos e complicações respiratórias. O paciente é avaliado no pré-operatório, onde é prescrito o tratamento que terá início dez dias antes da cirurgia e persistirá por mais dez dias após a alta hospitalar. O paciente também será orientado sobre a necessidade da sua participação ativa no seu processo de reabilitação.
O atendimento no pós-operatório tardio, 30 a 40 dias após a cirurgia, tem como objetivo promover a reeducação postural e uma melhor consciência do novo corpo. Além de tudo isso, hoje temos também à nossa disposição a fisioterapia dermatofuncional, que juntamente com a cirurgia plástica irá trabalhar a parte estética, com um tratamento específico para flacidez, estrias e outros.
A Bioimpedanciometria é um exame que faz a avaliação da composição corporal do indivíduo, ou seja, podemos com este exame saber exatamente o percentual de gordura, de massa magra e de água presentes no nosso organismo.
O paciente faz a sua primeira Bioimpedanciometria no pré-operatório e após a cirurgia continua fazendo o exame a cada três meses até a estabilização do peso. Com estes resultados podemos acompanhar melhor a qualidade da perda de peso do paciente, fazendo com que o médico e os outros profissionais da equipe multidisciplinar possam intervir no processo de emagrecimento sempre que se fizer necessário, para que este seja feito de uma forma saudável.
Nas técnicas cirúrgicas restritivas, a mastigação é de fundamental importância para que o paciente se alimente bem e de forma confortável. Alguns pacientes são portadores de distúrbios mastigatórios acentuados. A fonoaudióloga é a profissional que estudará estes distúrbios e através de técnicas avançadas dará orientações e treinamento adequado aos pacientes.
No pré-operatório, a endoscopia é realizada para diagnóstico de alterações que contra-indiquem ou impeçam o procedimento cirúrgico ou imponham um tratamento prévio. No pós-operatório, a endoscopia é utilizada para avaliação de sintomas e do próprio procedimento realizado, além de, eventualmente, atender a procedimentos terapêuticos. Ela é também utilizada para colocação e retirada do Balão Intragástrico (BIG).
Sabemos que a atividade física, orientada no pós-operatório, é muito importante para melhorar a perda de peso, substituir a massa gorda (gorduras) por massa magra (musculatura), corrigir os vícios posturais e promover as definições corporais. Tal profissional prescreve o melhor exercício para cada caso, estipulando metas de melhoria da condição física. Ele também é o responsável para definir os limites individuais da atividade física.
A nutricionista analisa a condição alimentar e nutricional do paciente, orientando-o na mastigação correta, na escolha de alimentos adequados e na dieta durante os primeiros meses do período pós-operatório, corrigindo algumas transgressões que possam ocorrer. Além disto, a nutricionista deve avaliar a adaptação do paciente ao método cirúrgico e opinar sobre a técnica cirúrgica a ser utilizada. Sua participação é essencial para que a perda de peso ocorra de maneira eficaz e saudável, independentemente da técnica cirúrgica adotada.
Mulheres em idade fértil podem desenvolver anemia por deficiência de ferro, quando submetidas principalmente ao Bypass Gástrico. Recomendamos, quando possível, a interrupção da menstruação ou diminuição do fluxo menstrual através de método hormonal, preferencialmente não oral pela possibilidade de não absorção, a ser definido em conjunto com seu cirurgião bariátrico e o ginecologista.
Raramente, alterações endocrinológicas são responsáveis pela obesidade. Na maioria dos casos, a própria obesidade agrava ou é a causa de doenças como o diabetes. O endocrinologista é importante para detectar e tratar esses problemas, confirmar a falência do tratamento clínico e opinar em relação à técnica cirúrgica mais adequada. Ele também é responsável pelo controle clínico e metabólico no período pós-operatório, a curto, médio e longo prazos. Com o emagrecimento, doenças endócrinas, como o diabetes e algumas doenças da tireóide tendem a melhorar. A redução ou suspensão dos medicamentos para controle dessas doenças são realizadas por este profissional.
O cirurgião plástico tem papel fundamental no pós-operatório tardio e normalmente atua dezoito a vinte e quatro meses após a cirurgia bariátrica. Tem como função principal reconstruir e reparar os excessos de pele que ocorrem com o emagrecimento, melhorando a estética e contribuindo para o aumento da autoestima.
Nas cirurgias laparoscópicas, em uma a duas semanas o paciente pode retornar ao trabalho, à escola, dirigir veículos automotores e ter relações sexuais. Nas cirurgias convencionais, o período para realizar tais atividades é de duas a três semanas.
Em todas as técnicas de cirurgia bariátrica, é necessário a suplementação de vitaminas e minerais (Quelatus Bari® ou Vitergan Zinco PL®), com o objetivo de evitar as carências de substâncias como o ferro, cálcio, vitamina B12 (Dozemast Sublingual ou Betrat®) e ácido fólico e suas consequências. Ocasionalmente, exames de sangue serão realizados para dosar esses componentes. Esse controle médico é fundamental e deverá acompanhar o paciente por toda sua vida.
De acordo com as recomendações atuais, a suplementação vitamínica deve ser realizada pelo resto da vida.
Em casos de deficiência de Vitamina D, utilizamos a reposição com (DPrev®) associado à exposição solar moderada.
Normalmente, os pacientes emagrecerão 30-50% de seu peso inicial, ou seja cerca de 70-80% do seu excesso de peso. Nos primeiros meses, o emagrecimento é maior. Cai, no entanto, progressivamente, até estabilizar-se, fato que ocorrerá de dezoito a vinte e quatro meses após a cirurgia.
Perfeitamente. Devemos ressaltar que a gravidez, durante o primeiro ano de pósoperatório, é contra-indicada, devido ao grande emagrecimento. Nesse período, há riscos de abortamento, parto prematuro e desnutrição da mãe e do feto. Aconselhamos a utilização de métodos contraceptivos eficazes nesta fase. Após a estabilização do peso, a paciente poderá engravidar-se. Recomenda-se, no entanto, acompanhamento pré-natal e endocrinológico periódico.
Logicamente. Toda cirurgia implica um determinado risco. É por isso que fazemos uma ampla avaliação pré-operatória para que eles sejam minimizados. Devido às características da doença obesidade, podem acontecer complicações clínicas e cirúrgicas graves: a embolia pulmonar (quando um coágulo formado nas pernas se aloja nos pulmões) e as fístulas digestivas (vazamentos de secreções digestivas nas emendas do estômago e intestino). A mortalidade relatada na literatura médica está menor que 0,5%.
Como a obesidade é uma doença complexa e multifatorial, o trabalho em Equipe, coordenado pelo Cirurgião Bariátrico, é o único capaz de apresentar os melhores resultados. O nosso grupo estará sempre alerta e atento durante vinte e quatro horas. Poderemos ser acionados a qualquer momento, em plantão permanente, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Atualmente, temos uma experiência de mais de 5.000 casos de obesos que foram operados, com amplos e indiscutíveis resultados e taxas de complicação comparáveis aos melhores centros de obesidade do mundo. Estamos, continuamente, investindo em atualização, especialização e aprimoramento técnico-profissional. Além disso, acreditamos que o Tratamento Cirúrgico da Obesidade deva ser realizado com responsabilidade, ética e respeito ao paciente.
Na carteirinha oficial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, está especificada a técnica cirúrgica utilizada, o que direciona o atendimento do paciente em situações de urgências. Além disso, existem alguns poucos restaurantes que têm oferecido descontos para pacientes bariátricos.